Anamatra participa de debate sobre estratégias para combater tráfico de pessoas

Fotos: Secom/TST e Anamatra

Evento realizado pelo TST contou com membros da Interpol e governo dos EUA

 



O diretor de Direitos Humanos e Cidadania da Associação Nacional de Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), juiz André Dorster, participou, na manhã da quarta-feira (7/12), da conferência ‘Estratégias e ações para o enfrentamento e o combate ao tráfico de pessoas’, promovida pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília (DF).

O encontro teve como conferencistas a diretora interina do Escritório de Monitoramento e Combate ao Tráfico de Pessoas do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Kari Johnstone, e o vice-presidente para as Américas da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), Valdecy Urquiza.

O ato de levar pessoas a outros estados ou países com falsas promessas ou com uso de força, ameaça ou coerção é considerado tráfico humano. Segundo dados da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, foram iniciadas 285 investigações envolvendo tráfico sexual e trabalho escravo no país em 2021. Em 2020, foram registradas 206 ocorrências.

Para o presidente do TST, ministro Lelio Bentes Corrêa, o tráfico humano é um dos piores crimes da humanidade, pois desumaniza as vítimas, tratando-as como verdadeiras mercadorias. “A vítima do tráfico de pessoas é ‘coisificada’ e tem sua identidade humana desconstruída. É o pior desrespeito aos direitos inalienáveis”, destacou, na abertura do evento.

Comissão

O presidente do TST anunciou, na oportunidade, a criação da Comissão de Combate ao Trabalho Escravo, ao Tráfico de Pessoas e Proteção do Trabalhador Migrante do Tribunal. “A Comissão estará sob a liderança competente e comprometida do ministro Augusto César Leite de Carvalho. O ato será publicado na segunda-feira (12/12)”, informou o ministro Lélio Corrêa.

O juiz André Dorster colocou a Diretoria de Direitos Humanos e Cidadanos da Anamatra à disposição do ministro Augusto César para apoiar a Comissão, especialmente na divulgação de suas atividades junto à magistratura do trabalho.

Responsabilização

Segundo a diretora interina do Escritório de Monitoramento e Combate ao Tráfico de Pessoas do Departamento de Estado dos EUA, Kari Johnstone, o Brasil é um dos países que, desde o início da elaboração dos relatórios, em 2001, mostra preocupação com a temática. "No nosso ranking, o Brasil tem se esforçado para identificar traficantes e responsabilizar os culpados pelos crimes", enfatizou.

Lista Suja

Ela ainda lembrou que nosso país tem um grande diferencial: a chamada "Lista Suja", elaborada desde 2003 e que inclui os nomes de quem manteve ou mantém pessoas trabalhando de forma análoga à escravidão em território nacional. A lista é divulgada pelo Ministério do Trabalho a cada seis meses.

Esforços coordenados

O vice-presidente para as Américas da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) e delegado da Polícia Federal brasileira Valdecy Urquiza explicou como a temática tem sido tratada no âmbito da Interpol e como acordos com outros países são essenciais para combater o crime. "É preciso ter esforços coordenados e envolver também as empresas privadas e a sociedade civil, além dos governos de vários países, para conseguirmos atuar ativamente na redução dos casos registrados atualmente", pontuou.

Banco de dados

Ele também listou algumas iniciativas já em andamento pela Interpol, como a ‘Difusão Verde’, lista com os nomes de pessoas já condenadas por crimes sexuais ou tráfico de pessoas. Segundo ele, é o próprio Poder Judiciário que alimenta esse banco de dados, auxiliando o trabalho das forças policiais de vários países no cruzamento de dados para serem usados em operações de fiscalização de fronteiras.

‘Liberdade no Ar’

Também estiveram presentes no evento a vice-procuradora-geral do Trabalho, Maria Aparecida Gugel, o encarregado de negócios da Embaixada dos EUA, Douglas Koneff, a desembargadora e conselheira do Conselho Nacional de Justiça, Jane Granzoto, além da procuradora do trabalho Andrea Gondim, gerente do projeto ‘Liberdade no Ar’ idealizado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). A iniciativa tem o objetivo de capacitar e treinas as pessoas que trabalham nas fronteiras a estarem atentas aos sinais de tráfico humano em rodoviárias, portos e aeroportos.

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