Trabalho e pandemia: Anamatra alerta para a necessidade de mais atenção aos gatilhos causadores de transtornos psíquicos

Vice-presidente, Luciana Conforti, participou do seminário promovido pelo Getrin6

A vice-presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Luciana Conforti, compôs, nesta quarta (08/09), a Mesa de Abertura do seminário telepresencial “Trabalho e Covid-19: Impactos nas Instituições e nas Pessoas”, realizado pelo Grupo de Prevenção de Acidentes de Trabalho da 6ª Região (Getrin6), em parceria com a Amatra 6 (PE), o TRT 6, o TRT-19 (AL), a Escola Judicial da 6ª REGIÃO e o MPT 6.

O evento teve como objetivo discutir as repercussões na saúde mental dos trabalhadores e nas organizações e apontar boas práticas diante do luto, da solidão imposta e do sofrimento psíquico. O seminário também promove a Campanha Setembro Amarelo, que objetiva chamar a atenção da população para os problemas do adoecimento psíquico e da ideação suicida.

Em sua exposição, Luciana Conforti falou sobre os principais impactos trazidos pela crise sanitária e humanitária causada pela pandemia do novo coronavírus, na sociedade como um todo e, especialmente, no âmbito trabalhista. Na visão da magistrada, o trabalho foi adaptado para as telas e invadiu vidas e lares de milhões de trabalhadores de forma bastante significativa, desencadeando gatilhos que podem gerar um maior estresse, além de sintomas de ansiedade e depressão. “Neste contexto, é extremamente relevante o debate sobre os transtornos psíquicos e enfrentamento ao suicídio, inclusive durante a pandemia”, avaliou.

A vice-presidente lembra, ainda, que, mesmo antes da pandemia, o maior desafio de nosso tempo já era nos mantermos em equilíbrio físico, emocional e, sobretudo, mental. Com a crise, essa missão ficou ainda mais difícil. “O volume das atividades assumidas na era contemporânea, o alto nível de exigência e a ausência de controle trazida pela pandemia nos traz um repensar sobre nossas ações e valores, sobre nossas relações e a necessária mudança de paradigmas em alguns aspectos”, aponta a juíza.

Para Conforti, “é importante adotar mecanismos para a continuidade da vida social para conversas com os amigos e familiares, para o movimento do corpo e da mente, ainda que apoiados nas tecnologias, mas de forma a nos beneficiar e não como elemento de maior pressão e sofrimento”.
Por fim, a magistrada pontuou a necessária manutenção de um ambiente de trabalho seguro e saudável, em cumprimento às obrigações legais e estrita observância aos programas de Compliance das empresas, de modo real e não meramente formal.

Números do suicídio - A cada ano, cerca de 800 mil pessoas tiram a própria vida e um número ainda maior de indivíduos tenta suicídio. Cada suicídio é uma tragédia que afeta famílias, comunidades e países inteiros e tem efeitos duradouros sobre as pessoas deixadas para trás. O suicídio ocorre durante todo o curso de vida e foi a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos em todo o mundo no ano de 2016.
No Brasil, o número de mortes por suicídios aumentou 12% em quatro anos. Em 2015, foram 11.736 notificações, já em 2011 fora registradas 10.490, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

Programação - O seminário, que segue até amanhã (09), tratará sobre temas como Ações de Prevenção, Recuperação e Promoção da Saúde Mental; Suporte Psicossocial aos Profissionais da Saúde; Compliance e Indicadores Sociais de Sustentabilidade Empresarial; Luto Coletivo: real e simbólico; Luto Intempestivo e em Situações de Desastres; Terapia da Esperança: a ressignificação do luto; além de ser apresentado um Instrumento de Autoavaliação da Saúde Mental de Trabalhadores e tratado sobre a questão da Sensibilização à Inclusão das Pessoas com Deficiência.

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