Anamatra se une à IAWJ para dar suporte a juízas afegãs

Reunião com o deputado Carlos Veras

Entidade também buscou apoio da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados

 

A Associação Nacional de Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) solicitou adesão ao manifesto divulgado mundialmente pela Associação Internacional de Mulheres Juízas (em inglês, International Association of Women Judges - IAWJ), para que sejam realizados esforços de resgate e de ajuda humanitária a pessoas em situação de risco devido à tomada do poder no Afeganistão pelo Regime Totalitário Talibã.

Em reunião virtual na quinta-feira (2), com a brasileira Amini Haddad Campos, juíza-membro da IAWJ, a vice-presidente da Anamatra, juíza do trabalho Luciana Conforti, e a diretora de comunicação, juíza Patrícia Sant’Anna, entregaram ofício em que a Associação reforça sua disponibilidade e de seus membros para atuarem de forma conjunta em prol de crianças, mulheres e famílias afegãs. O documento é assinado pelo presidente da entidade, Luiz Antonio Colussi.

Uma das principais preocupações da IAWJ e da Anamatra é buscar apoio do governo brasileiro e de outros países, assim como de de organismos internacionais, para o atendimento ao pedido de asilo feito pela Associação de Mulheres Juízas do Afeganistão a 270 magistradas que trabalham naquele país, em decorrência do risco iminente de morte para todas elas.

“Colocamos a Anamatra à disposição para contribuir no que for necessário à concessão de visto humanitário e asilo político no Brasil às magistradas e suas famílias, com o objetivo de resgatá-las do sistema de terror a que estão submetidas e da impossibilidade de sair do país, com ofensa à liberdade de trabalho, violação à segurança, integridade e dignidade, pelo desempenho das funções inerentes aos cargos que ocupam e das decisões proferidas”, afirmou a vice-presidente Luciana Conforti.

A representante da IAWJ agradeceu a adesão da Anamatra e afirmou que a entidade poderá contribuir ao longo dessa iniciativa, que segundo ela, está só começando e envolverá diversas frentes. “Vamos precisar de toda a articulação necessária para essas ações e é muito bom contar com uma Associação que tem uma história e uma dinâmica com relação aos direitos sociais, que concernem ao desenvolvimento das pessoas”, destacou a juíza Amini Haddad.

Com os mesmos objetivos de unir esforços e buscar alternativas, a Anamatra segue em contato com os responsáveis por outras instâncias dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário brasileiros ligados às áreas de direitos humanos, defesa e relações exteriores, assim como de outras entidades associativas engajadas nesta luta. “Esperamos ajudar a construir linhas de ações no Brasil e no exterior que possam criar opções de vida e de trabalho dignos para as pessoas afetadas por essa crise humanitária”, acrescentou a diretora Patrícia Sant’Anna.

Câmara

Nesta sexta-feira (3), o presidente e a vice-presidente da Anamatra se reuniram virtualmente com o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, deputado federal Carlos Veras (PT/PE), e ofereceram formalmente contribuição da Associação no que for necessário à concessão de visto humanitário e asilo político no Brasil às magistradas e suas famílias.

“Sabemos que esse problema não irá se resolver apenas com a vontade de uma entidade ou de um poder. Na verdade, é um problema muito complexo, uma grave crise humanitária e que requer a atuação de vários segmentos”, explicou Luiz Colussi.

“A Anamatra atua fortemente nas questões de liberdades, dos direitos constitucionais. Por isso buscamos essa aproximação para pedir apoio da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, pois se o Brasil conseguir trazer essas pessoas, serão necessárias diversas ações posteriores para que elas consigam seu sustento e uma nova vida. Por isso entendemos essencial essa participação com o Parlamento”, comentou Conforti.

“É uma satisfação receber a manifestação da Anamatra. Colocamos a presidência e a equipe da Comissão à disposição. Podem contar conosco, que tenham certeza de que vamos continuar lutando para combater qualquer violação contra os direitos humanos”, resumiu o deputado Veras. Ele adiantou que fará pronunciamento sobre o assunto na próxima reunião da Comissão e também no Plenário da Câmara, entre outros movimentos.

O encontro contou com a participação do diretor de Assuntos Legislativos, Valter Pugliesi, além de assessores dos dois órgãos.

Manifesto

Um manifesto assinado pela juíza Amini Haddad – e pela desembargadora Shelma Lombardi de Kato, juíza-fundadora da IAWJ, e por Marta Lívia Suplicy, presidente nacional do Movimento Global Virada Feminina – conclama a comunidade internacional a atuarem no sentido de “resgatar a população submetida ao terror”, oferecer “asilos políticos às autoridades femininas”, acolher as famílias resgatadas e disponibilizar tradutores voluntários.

A Anamatra também divulgou uma nota pública em defesa da liberdade e igualdade de gênero para as mulheres afegãs. Clique aqui e confira.

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