Impactos e aplicação da Reforma Trabalhista

Divulgação

Anamatra leva dados da OIT ao debate na Câmara dos Deputados que analisou os dois anos de vigência da lei 13.467

Dois anos da Reforma Trabalhista. Os impactos e a aplicação da lei 13.467/2017 foram tema de debate na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, nessa quarta-feira. E, num cenário que aponta 13 milhões de desempregados e uma realidade de flexibilização de direitos que não reverteu esse quadro, as críticas marcaram as apresentações.

A presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Noemia Porto apresentou dados recentes divulgados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) evidenciando o alto índice de informalidade e desemprego no Brasil, mesmo com a vigência da reforma. “A reflexão que eu gostaria de deixar é que, debater a Reforma Trabalhista, ou o que hoje é a chamada Lei de Liberdade Econômica ou, ainda, a atual MP 905 precisa estar além das convicções subjetivas de qualquer parte. É fundamental enxergar com base em dados o mercado de trabalho que temos hoje. Abrir mão de convicções baseadas apenas no senso comum – se forem retirados diretos serão criados postos de trabalho, por exemplo. Essa lógica jamais se comprovou. A retirada de direitos tem, como consequência, apenas a própria supressão deles para os destinatários - os que precisam do trabalho para viver. Todos aqui, integrantes das instituições fornais, são, e devem ser, compromissários da Constituição que lega para essa sociedade uma ideia, uma promessa, de uma Justiça Social", advertiu Noemia que também ressaltou o papel da Justiça do Trabalho diante dos novos desafios.

"A Justiça do Trabalho pertence aos brasileiros e brasileiras. Fomos nós, nas gerações anteriores e na geração de agora, que construímos a trajetória de uma Justiça que serve à garantia dos direitos sociais. Ela é uma Justiça social e assim ela deve permanecer. Qualquer hipótese de agressão à Justiça do Trabalho, na verdade, é uma tentativa de agressão aos direitos sociais constitucionais. Os juízes e juízas do Trabalho estão absolutamente atentos a qualquer tentativa nesse sentido. E defenderemos esse, que não é um constitucionalismo dos juízes, mas da cidadania", concluiu a presidente da Anamatra.

Para a deputada Erika Kokay (PT-DF), a reforma trabalhista trouxe insegurança jurídica. "Foi aprovada às pressas, com a promessa de gerar empregos mediante o que se chamou de flexibilização das normas, algo que se revelou um perigo para as garantias constitucionais do trabalhador", disse, destacando que a reforma "não atingiu os objetivos preconizados, como a diminuição do desemprego, e passou a ser alvo de dezenas de questionamentos”.

Além da parlamentar, os deputados Bohn Gass (PT/RS), Orlando Silva (PCdoB/SP), Alice Portugal (PCdoB/BA), André Figueiredo (PDT/CE), Flávia Morais (PDT/GO) e Mauro Nazif (PSB/RO) foram os autores do requerimento para convocação da audiência.

 

Receba nossa newsletter

SHS Qd. 06 Bl. E Conj. A - Salas 602 a 608 - Ed. Business Center Park Brasil 21 CEP: 70316-000 - Brasília/DF
+55 61 3322-0266
Encarregado para fins de LGPD
Dr. Marco Aurélio Marsiglia Treviso
Diretor de Assuntos Legislativos da Anamatra