Obra de juiz do Trabalho sobre trabalho escravo foi usada como referência no enredo da Paraíso do Tuiuti

Foto: Fábio Tito/G1

Escola de Samba foi vice-campeã do carnaval do Rio de Janeiro de 2018

Um dos desfiles mais comentados e elogiados do carnaval do Rio de Janeiro deste ano foi o da Escola de Samba Paraíso do Tuiuti, que sagrou-se vice-campeã do carnaval 2018. O enredo da escola “Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?”, que recebeu nota 10, também foi destaque, e trouxe, entre as suas referências, a obra intitulada “Trabalho escravo: a abolição necessária”, de autoria do juiz do Trabalho Rodrigo Garcia Schwarz, associado da Anamatra, que atua como titular na 8ª Vara do Trabalho de Guarulhos (SP). 

O enredo do carnavalesco Jack Vasconcelos teve grande repercussão no Brasil e em diversos países, tanto pelas críticas severas à manutenção do trabalho escravo contemporâneo, à precarização do trabalho, bem como dos pontos de retrocesso da reforma trabalhista e da própria reforma da Previdência – que ainda está em discussão – como pela sensibilidade e criatividade em abordar o tema em seu desfile. O objetivo foi retratar o problema da escravidão e propor uma reflexão sobre essa prática que ainda é recorrente no país.

O juiz do Trabalho revelou estar muito orgulhoso de ter sua obra como referência em um momento que marcou a todos. “É motivo de muito orgulho ter, como juiz do Trabalho e associado da Anamatra, escrito uma obra que, de alguma forma (por menor que seja a sua contribuição), tenha contribuído para a construção deste premiado enredo, que leva à crítica e à sensibilização social acerca dessa chaga social de uma forma tão expressiva, com tanta visibilidade, naquela que é considerada ‘a maior festa popular do mundo’”, disse.

Ao justificar o enredo, pergunta o carnavalesco autor do enredo: “Será que após essa viagem, refletindo sobre a realidade cotidiana do Brasil, você será capaz de responder à pergunta do título nosso enredo forma positiva?” Ou, seja, “está extinta a escravidão?”

Sobre a obra – A publicação do magistrado faz uma análise da efetividade e da eficácia das políticas de combate à escravidão contemporânea no Brasil; principalmente a partir do ano de 2003, quando foi lançado o Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo. O autor demonstra que o fenômeno da escravidão, ao contrário do que normalmente se imagina, não é um fenômeno passado, e que ainda persiste nos dias atuais, não apenas no Brasil, mas em vários outros países, inclusive entre os mais desenvolvidos do mundo.

O juiz Schwarz disponibilizará o inteiro teor da sua obra, que está esgotada, em link aos associados da Anamatra, no Espaço do Associado.

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