Adolescentes internos conhecem funcionamento da Justiça do Trabalho em Porto Alegre

Iniciativa faz parte do Programa da Anamatra Trabalho, Justiça e Cidadania (TJC)

Uma proposta inédita dentro das atividades do Programa Trabalho Justiça e Cidadania (TJC), programa da Anamatra desenvolvido pela Amatra 4 no Rio Grande do Sul, ocorreu no dia 21 de janeiro. Por meio de parceria com o Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), a entidade levou oito meninos internos da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (Fase) para conhecer a estrutura da Justiça do Trabalho em Porto Alegre, incluídos nesta visitação os prédios do Fórum Trabalhista e do próprio Tribunal. A medida teve por característica demonstrar aos adolescentes, de forma acessível, os caminhos percorridos pelos processos (desde a origem), por que esta tramitação existe, e suas instâncias de decisão no 1º e no 2º graus, entre outros esclarecimentos a respeito das atribuições da JT.

Assim, em vários momentos, foi possível perceber entre os jovens as reações de curiosidade e até mesmo de surpresa pelas muitas informações e vivências proporcionadas pelo passeio. Neste sentido, destaque para o ingresso do grupo na sala da 30ª Vara do Trabalho para assistir uma audiência, bem como a visita a gabinetes de magistrados, ao plenário do TRT, e numa sala de sessões de desembargadores, oportunidade em que, orientados pela desembargadora Vânia Cunha Mattos, simularam participar de uma sessão e ocuparam os postos destinados aos magistrados, promotores e advogados. Os adolescentes também foram recebidos, no Salão Nobre do TRT, pela vice-presidente em exercício do Tribunal, desembargadora Rosane Casa Nova. Na Escola Judicial, o grupo foi recepcionado por seu diretor, desembargador Denis Molarinho, e pelo coordenador acadêmico, juiz Carlos Alberto Zogbi Lontra.

Inclusão

Alguns jovens se dispuseram a conceder entrevistas aos veículos de comunicação que acompanharam de perto a atividade, bem como à Amatra. Nos depoimentos, relataram a sensação de inclusão social que este tipo de atividade proporciona, por lhes mostrar a existência de uma justiça que não é apenas punitiva, sendo que um dos entrevistados confidenciou a surpresa pela descoberta da existência de juízes que não têm como função manter presas as pessoas. O conhecimento de direitos dos trabalhadores e das possibilidades de busca destes quando do ingresso numa profissão também foi relatado. O agradecimento pelo fato da Justiça do Trabalho abrir suas portas, sem preconceito, para internos da Fase ainda foi citado por um dos entrevistados.

"É uma via de mão dupla. É uma forma de nos inserirmos na sociedade e, ao mesmo tempo, de proporcionarmos a estes jovens o conhecimento dos seus direitos", explica a diretora da Amatra 4 e Coordenadora do TJC na 4ª Região (RS), Carolina Gralha Beck, ao falar sobre a iniciativa. Se depender do jovem F., de 18 anos, que deve sair em fevereiro da Fundação, o projeto já pode contabilizar uma mudança positiva na prática. O adolescente, que desenvolve atividade profissional, possibilitada por meio de parceria firmada pela Fase com um banco público do Estado, salientou que, inspirado pelas ações do TJC, quer retomar sua vida longe de infrações e em busca do diploma de advogado.

Também participaram desta ação, acompanhando os jovens pelas diversas visitas realizadas, o presidente da Amatra 4, Daniel Nonohay, a diretora do Foro Trabalhista de Porto Alegre, juíza Maria Silvana Rotta Tedesco, e a vice-diretora da Femargs, juíza Inajá Oliveira de Borba, além de diversos professores e socioeducadores da Fase. "Eles se sentem muito valorizados com este tipo de atividade", relata Gleidson Soares, um dos socioeducadores que integrou a comitiva.

 

 

* Texto e foto Ascom/Amatra 4 (RS)

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