OIT aprova normas internacionais sobre direitos dos trabalhadores domésticos

Anamatra acompanhou os debates que aconteceram em Genebra durante a 100ª Conferência Internacional do Trabalho


Delegados de governos, empregadores e trabalhadores que participam da 100ª Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT) adotaram hoje (16/6), pela primeira vez na história, normas laborais internacionais destinadas a melhorar as condições de vida de dezenas de milhões de trabalhadoras e trabalhadores domésticos no mundo.

A Convenção 189 e a Recomendação 201 preveem que os trabalhadores domésticos tenham os mesmos direitos básicos que os outros trabalhadores, incluindo os horários de trabalho, o descanso semanal de pelo menos 24 horas consecutivas, um limite para pagamentos em espécie, bem como o respeito pelos princípios e direitos fundamentais no trabalho, incluindo a liberdade de associação e negociação coletiva. A Convenção é um tratado internacional vinculante para os Estados-Membros para que a ratifiquem, enquanto a recomendação dá orientações mais detalhadas sobre como a Convenção pode ser implementada.

De acordo com estimativas recentes da OIT com base em estudos ou pesquisas nacionais de 117 países, o número de trabalhadores domésticos no mundo é pelo menos 53 milhões de pessoas. Mas os especialistas acreditam que, porque esse trabalho é feito de forma oculta e sem registros, o total pode ser de 100 milhões de pessoas. Só no Brasil são atualmente 7 milhões e 223 mil trabalhadores domésticos, o que representa 17% da população feminina ocupada, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego.

Para o secretário-geral da Anamatra, Fabrício Nicolau dos Santos Nogueira (foto), que acompanhou os debates em Genebra como integrante da delegação brasileira, o fato é histórico para o mundo do trabalho. “É um assunto de relevo e urgência, já que os trabalhadores domésticos, apesar dos direitos garantidos pela Previdência Social, possuem outros mitigados, a exemplo da jornada de trabalho”, afirmou referindo-se ao Brasil.

O presidente da Anamatra, Renato Henry Sant’Anna, em entrevista esta semana, também considerou a iniciativa da OIT positiva. Para o magistrado, as normas internacionais podem contribuir para diminuir a informalidade desse mercado e para a diminuição de conflitos na Justiça. “Em princípio não há como se justificar o empregado doméstico ter menos direitos que o empregado comum”, defendeu Sant’Anna.

A adoção das novas normas é resultado de um longo processo. Em março de 2008, o Conselho de Administração da OIT decidiu colocar o tema na agenda da Conferência. Em 2010 a Conferência realizou a primeira discussão sobre o tema e decidiu realizar uma segunda discussão em 2011 com a finalidade de adotar a Convenção e a Recomendação que a acompanha.

Conheça as normas aprovadas:

- Convenção 189

- Recomendação 201

Receba nossa newsletter

SHS Qd. 06 Bl. E Conj. A - Salas 602 a 608 - Ed. Business Center Park Brasil 21 CEP: 70316-000 - Brasília/DF
+55 61 3322-0266
Encarregado para fins de LGPD
Dr. Marco Aurélio Marsiglia Treviso
Diretor de Assuntos Legislativos da Anamatra
Utilizamos cookies para funções específicas

Armazenamos cookies temporariamente com dados técnicos para garantir uma boa experiência de navegação. Nesse processo, nenhuma informação pessoal é armazenada sem seu consenso. Caso rejeite a gravação destes cookies, algumas funcionalidades poderão deixar de funcionar.