Estatísticas mostram panorama do Judiciário brasileiro perante a sociedade

Juiz do Trabalho e conselheiro do CNJ Altino Pedrozo preside painel “Gestão Estratégica como mecanismo de celeridade e efetividade”

 
A segunda parte do 2º Encontro Nacional do Judiciário hoje (16/02) começou com o painel “A Gestão Estratégica como mecanismo de celeridade e efetividade”, coordenado pelo juiz do trabalho e conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Altino Pedrozo dos Santos. O painel contou com a participação do conselheiro Mairan Maia, presidente da Comissão de Estatística e Gestão Estratégica do CNJ, e o conselheiro Joaquim Falcão, membro da mesma Comissão.
 
Mairan Maia iniciou o painel apresentando a evolução dos dados de 2004 a 2007, no “Justiça em Números”, levantamento feito pelo Sistema de Estatística do Poder Judiciário. Os números registram um aumento no número de processos nas três esferas da justiça - federal, trabalhista e estadual. Na Justiça do Trabalho, por exemplo, ingressaram em 2007 mais de 3 milhões e seiscentos mil casos novos.
 
Segundo Maia, o fenômeno do aumento da busca do Judiciário e do número de sentenças, em curvas sempre ascendentes, refletem também na produção por parte dos magistrados, onde também verifica-se uma crescente produção.

“Tem se trabalhado mais. A credibilidade perante a sociedade tem crescido, busca-se mais por se acreditar na resposta que o Poder Judiciário dá”, analisou Mairan Maia.
 
Para o desembargador, a pergunta que deve ser respondida é “por que o Judiciário não consegue reduzir os seus estoques?”. Segundo o magistrado, o primeiro passo para responder a esse questionamento é analisar o cenário atual, com os seguintes problemas: o processo contencioso individual como meio de solução de litígios está falido, a necessidade de buscar outros modos de enfrentamento da morosidade, e também de identificar os gargalos para tomar medidas precisas e sistemáticas.
 
Segundo Mairan Maia, as soluções para o problema vão desde a fase pré-processual, até a execução, onde a morosidade é o grande problema. O magistrado afirmou que o Judiciário precisa desenvolver técnicas de gerenciamento processual, eficiência operacional e otimização de recursos. Aqui, ressaltou as pessoas como o maior patrimônio da Justiça. “Precisamos mudar a nossa conduta, nos modernizar, inicialmente pela capacitação dos magistrados, servidores, não apenas em questões jurídicas, mas em metodologia e técnicas de gestão. A tecnologia da informação é um meio, mas não adianta se não investir em pessoal”, afirmou, conclamando o comprometimento das pessoas na gestão estratégica e o intercâmbio de experiências bem sucedidas.
 
O conselheiro Joaquim Falcão deu continuidade ao pensamento de Mairan Maia, e apresentou pesquisa que mostra o nível de confiança da sociedade no trabalho desempenhado pelo Poder Judiciário. Aqui, mostrou que o Poder Judiciário aparece em 9º lugar, atrás das Forças Armadas, da escola, da Polícia Federal, da imprensa, e da igreja católica. Já com relação aos juízes, eles aparecem em 5ª colocação, atrás de professores, policiais federais, promotores de justiça e do presidente da República.
 
“O Brasil prefere os juízes ao Poder Judiciário”, afirmou Joaquim Falcão, mostrando também que isso se deve ao fato de 36% da sociedade afirmar não conhecer bem ou desconhecer o Poder Judiciário e 76% também afirmar não conhecer bem ou desconhecer o CNJ. “Quanto mais perto do cidadão, mais conhecida é a justiça”, afirmou, mostrando porque a Justiça do Trabalho, a eleitoral, os juizados especiais e de pequenas causas serem os mais conhecidos e ocuparem os primeiros lugares na pesquisa nesse quesito.
 
A pesquisa mostra também que a avaliação da evolução da justiça nos 5 anos é positiva: 80% acham que vale a pena procurar a justiça e procuraram a justiça nesse período. Entre os pontos negativos estão o fato da sociedade ainda ver a justiça como lenta (88%), e corrupta (37%), por exemplo, e pedir uma maior agilidade do Poder Judiciário (59%). Entre os pontos positivos está a confiança nos juízes (67%) e a satisfação com os serviços prestados (52%), por exemplo.
“Precisamos delinear uma estratégia sintonizada com a sociedade”, conclamou Joaquim Falcão. Para o conselheiro, a estratégia para o Poder Judiciário deve passar pela procura para que o Poder seja mais conhecido, acessível, e, principalmente, mais ágil.

Receba nossa newsletter

SHS Qd. 06 Bl. E Conj. A - Salas 602 a 608 - Ed. Business Center Park Brasil 21 CEP: 70316-000 - Brasília/DF
+55 61 3322-0266
Encarregado para fins de LGPD
Dr. Marco Aurélio Marsiglia Treviso
Diretor de Assuntos Legislativos da Anamatra
Utilizamos cookies para funções específicas

Armazenamos cookies temporariamente com dados técnicos para garantir uma boa experiência de navegação. Nesse processo, nenhuma informação pessoal é armazenada sem seu consenso. Caso rejeite a gravação destes cookies, algumas funcionalidades poderão deixar de funcionar.