Ministro Gilson Dipp analisa realidade do Judiciário brasileiro

Corregedor Nacional de Justiça destaca papel das associações de magistrados e afirma que tribunais superiores estão inflados, e a primeira i

“Vivemos em um país de extrema e odiosa desigualdade social, também inserida no âmbito do Poder Judiciário”. As palavras do ministro Gilson Dipp, Corregedor Nacional de Justiça, resumem bem a sua intervenção no 2º Encontro do Judiciário, no qual ministrou palestra com o tema “A Corregedoria Nacional de Justiça e a Gestão Estratégica do Poder Judiciário”, no dia de hoje (16/2), em Belo Horizonte.

“Estamos concretizando um plano de estratégia para o Judiciário afinado com a realidade da Justiça brasileira. Não percamos esse objetivo de vista, pois não há estratégia que se concretize caso não esteja de acordo com os anseios da sociedade”, afirmou Gilson Dipp, ao falar do trabalho da Corregedoria Nacional de Justiça, em consonância com os anseios do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O ministro defendeu a criação de uma estratégia para o Poder Judiciário, que signifique solução de problemas e melhoria de desempenho. “É preciso que tenhamos um choque de gestão, uma mudança de realidade”, analisou o ministro. Para Gilson Dipp, o Poder Judiciário precisa combater, de forma definitiva, problemas como o desrespeito ao teto constitucional, o nepotismo direto e cruzado, e os cargos comissionados em excesso, concentrados, em especial, nos tribunais. “Os tribunais estão inflados e a justiça de primeiro grau desassistida. Não é uma crítica, é uma constatação. Essas questões precisam ser enfrentadas com coragem”, conclamou Dipp, ao analisar as desigualdades entre as instâncias.

Gilson Dipp também falou dos valores pessoais, que, segundo ele, precisam estar voltados à prestação jurisdicional efetiva e célere. “Cada membro de tribunal é quase uma ilha isolada. Não podemos deixar que nossas vaidades se sobreponham ao interesse público”. Para o ministro, é preciso que os operadores do direito deixem de “fazer por fazer e comecem a entregar resultado”.

O corregedor também agradeceu, nominalmente, as associações de classe dos magistrados – Anamatra, Ajufe e AMB -, no auxílio à Corregedoria no seu papel de deflagrar as dificuldades e buscar o aprimoramento do sistema . “A colaboração das Associações têm sido expressiva. Nunca nos deixaram sem apoio, inclusive nos trabalhos da Corregedoria. Elas são o grande segmento da magistratura, de forma que devo destacar o trabalho de cada uma delas”, afirmou.

Ao final de sua intervenção, o ministro Gilson Dipp afirmou que o Planejamento Estratégico para o Poder Judiciário deve caminhar no sentido de resgatar a  credibilidade da justiça brasileira, o Estado Democrático de Direito, a proteção ao cidadão, e o espaço que o Brasil merece. “Ainda espero o grande encontro que a magistratura brasileira terá com o seu país”.

 

 

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