Anamatra entrega prêmio de direitos humanos

Entidade premia Projeto Missão Ubaré, a Prelazia de São Félix do Araguaia e jornalistas Joel Silva e Mário Magalhães

A noite desta quarta-feira (10/12) foi marcada pela entrega da 2ª edição Prêmio Anamatra de Direitos Humanos nas categorias Imprensa, Instituição e Judiciário Cidadão. A solenidade aconteceu no salão de eventos Porto Vittoria, em Brasília.

Para o presidente da Anamatra, Cláudio Montesso, a premiação foi mais especial pelo fato de ter sido realizada no mesmo dia em que foi comemorado os 60 anos da Declaração de Direitos Humanos. “O prêmio traz à luz da sociedade brasileira debates cada vez mais importantes a respeito da observação dos direitos humanos no Brasil e no Mundo", disse afirmando que com o prêmio, a Anamatra reafirma seu papel no debate, inclusive, das relações de trabalho.

O objetivo da entidade foi distinguir por meio do Prêmio a ampla diversidade de atores e ações que são desenvolvidas no Brasil com o esforço e intenso comprometimento de pessoas físicas e jurídicas na promoção e defesa dos direitos humanos no mundo do trabalho.

Entre as diversas autoridades presentes estavam o primeiro presidente da Anamatra e ministro aposentado do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Ronaldo Lopes Leal e o ministro Horário Senna Pires, o ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski, senadores, deputados federais, além de representantes de entidades de classe.

Prestigiaram o evento também a gerente regional de negócio com o Judiciário da Caixa Econômica Federal, Tereza Cristina, e o diretor jurídico da Companhia Brasileira de Petróleo Ipiranga, Guido Silveira, cujas empresas patrocinaram o Prêmio. Eles foram unânimes ao falar da importância do prêmio e seu papel social.

O vencedor de cada categoria recebeu Estatueta Cilindro de Ciro e prêmio em dinheiro no valor líquido de R$ 5.000,00 (cinco mil reais); os demais finalistas de cada categoria receberam premiação em dinheiro no valor líquido de R$ 2.000,00 (dois mil reais) cada e placas de finalistas.


Premiados

Na categoria Imprensa, o prêmio ficou com os jornalistas Joel Silva e  Mário Magalhães, que produziram a reportagem “Os anti-heróis – o submundo da cana” publicada em oito páginas no dia 24 de agosto de 2008, na Folha de S. Paulo. Ela começou a ser apurada em meados de junho. Durante dois meses, os repórteres garimparam pessoalmente informações em 20 cidades do estado de São Paulo. Em uma das incursões, eles percorreram por 15 dias 3.810 km em carro movido a álcool. Não bastava reproduzir as opiniões dos diversos segmentos de dentro e de fora da cadeia produtiva do açúcar, mas ser testemunha ocular de um ofício que ainda reúne 335 mil brasileiros e do qual dependem, indiretamente, milhões de pessoas.

Joel Silva acredita que ainda falta espaço na imprensa brasileira para as denúncias de trabalho degradante. “Ter ganhado o prêmio me deixa muito feliz. Ter recebido de juízes do trabalho mostra que fizemos o trabalho certo. Como eles, que são os conhecedores dessa área, sabem do problema e estão dizendo que a matéria foi boa, isso  me deixa muito feliz. É um reconhecimento de que o jornal acertou, pois o problema do corte de cana precisa ser mostrado para o Brasil” afirmou, dizendo que o jornalista Mário Magalhães estava na França participando de uma premiação sobre direitos humanos com a mesma reportagem.

A categoria Instituição premiou a Prelazia de São Félix do Araguaia (MT).A defesa dos Direitos Humanos sempre foi o princípio norteador da ação pastoral e evangelizadora da prelazia, seja na denúncia, seja na acolhida de pessoas vítimas de violações a esse direito. A defesa intransigente dos direitos humanos é sua marca até hoje, o que lhe rendeu, e rende, ferrenhos opositores como admiradores de seu trabalho. A sua defesa dos direitos humanos não se restringe só a região, mas estende-se para qualquer lugar onde hajam pessoas oprimidas violentadas.

“É muito significativo ganhar um prêmio dado pelos juízes do trabalho, porque até bem pouco tempo o Estado não estava nesta luta. Ele desconhecia a luta da Prelazia pela defesa dos direitos humanos numa época em que nem se falava de direitos humanos, pois a gente vivia em um Estado de exceção. A Prelazia foi pioneira na denúncia dos trabalhadores submetidos ao regime de escravidão e até a década de 90 ela não era reconhecida, pelo contrário, quem denunciava sofria represálias. Então quando o Estado assume isso e premia essas iniciativas se torna muito significativo”, afirmou a advogada da Prelazia Maria José Souza Moraes.

O prêmio da categoria Judiciário Cidadão ficou com o Projeto Missão Ubaré, que tem a participação do procurador do trabalho Audaliphal Hildebrando da Silva. O projeto tem por finalidade pôr em prática as iniciativas de proteção a maiores 10 anos e menores de 18 anos de idade, vítimas de exploração sexual na cidade de Manaus. O projeto tem por objetivo oferecer bolsa de estudo, condições alternativas de estudo, aprendizagem profissional e, posteriormente, inclusão no mercado de trabalho aos menores em situação de risco social provocado pela exploração sexual.

“Estou muito feliz, não esperava ganhar o prêmio, pois os finalistas eram grandes concorrentes, com belíssimos trabalhos nessa área. É importante também porque vai ser um marco na defesa e no combate da exploração sexual em Manaus”, disse o procurador ao registrar que na capital amazonense a exploração acontece com meninas de 11 ou 12 anos.

Receba nossa newsletter

SHS Qd. 06 Bl. E Conj. A - Salas 602 a 608 - Ed. Business Center Park Brasil 21 CEP: 70316-000 - Brasília/DF
+55 61 3322-0266
Encarregado para fins de LGPD
Dr. Marco Aurélio Marsiglia Treviso
Diretor de Assuntos Legislativos da Anamatra
Utilizamos cookies para funções específicas

Armazenamos cookies temporariamente com dados técnicos para garantir uma boa experiência de navegação. Nesse processo, nenhuma informação pessoal é armazenada sem seu consenso. Caso rejeite a gravação destes cookies, algumas funcionalidades poderão deixar de funcionar.