* Publicado na edição do dia 03/03/2009 | ||
Juízes do trabalho, ouvidos por uma pesquisa realizada pela Anamatra, mostraram-se divididos quanto a diversos temas polêmicos em debate na sociedade. Por exemplo, mais de 90% é favorável à pesquisa com células-tronco de origem embrionária; 83,8% são favoráveis à interrupção da gravidez em caso de acefalia; e 75,4% dos magistrados também são favoráveis à diferenciação do tratamento legal relativo aos usuários de drogas e traficantes. Ainda segundo a pesquisa, 66% é favorável à união civil de pessoas do mesmo sexo; 63,9% são favoráveis à redução da maioridade penal; e 56,8% a favor da adoção de crianças por casal homossexual. Uma proporção um pouco menor, mas ainda majoritária (55,5%), também é favorável à descriminalização do aborto. A grande maioria dos magistrados é contra (74%) a pena de morte; mais de 70% contra a descriminalização do uso de drogas no Brasil; quase 60% são contra o sistema de cotas nas universidades. Uma expressiva maioria também é contra o voto (69,8%) e o serviço militar (67,8%) obrigatórios; o financiamento público de campanha (53,2%) e a reeleição dos governadores (51,1%). Em relação à Reforma Política e às Instituições no Brasil, a grande maioria dos magistrados apresenta uma posição favorável à fidelidade partidária (93,4%), à maior utilização de mecanismos diretos de consulta popular (71,4%), à alteração da atual proporção de deputados por Estado, para recompor a paridade do peso do voto de cada brasileiro (68,3%). JUDICIÁRIO. Para 70,6% dos juízes do Trabalho, o Supremo Tribunal Federal (STF), mais alta corte da Justiça brasileira, deve ser composto por quem é da carreira. Outros 61,2% acham que a escolha dos ministros daquela corte deve ser feita pelos magistrados dos três graus de jurisdição. E a grande maioria dos juízes (88,6%) revelou que "levam em conta apenas parcialmente" as decisões do Supremo na hora de julgar. No que diz ao papel desempenhado pelo Judiciário, 5% de magistrados consideram ruim a atuação desse Poder. Consideram ruim o trabalho desenvolvido pelo TST e o STF, 8,8% e 16,4%, respectivamente. A maioria dos magistrados do Trabalho concorda que a atual forma de inserção do Brasil na ordem econômica internacional favorece seu desenvolvimento econômico e modernização tecnológica (82,2% concordam, mesmo que em parte). "É importante ressaltar que a pesquisa foi feita antes da crise. Havia certo otimismo na ocasião", ressaltou o presidente da Anamatra. Os juízes criticam a taxa de câmbio e a taxa de juros. Eles também são a favor de uma reforma tributária onde os ricos possam pagar mais impostos. |